Por trás da frieza do termo: Minha experiência com a remoção de corpo em BH

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A dissonância entre a linguagem técnica e o peso do momento
O que eu aprendi sobre dignidade no procedimento mais difícil
Existe uma frieza em certos termos jurídicos e técnicos que sempre me incomodou. “Remoção de corpo” é um deles. A primeira vez que tive que lidar diretamente com isso foi pela perda de um tio-avô, uma figura distante, mas ainda assim, da família. A tarefa de organizar a remoção de corpo em BH, do hospital para a funerária, coube a mim. E a crueza da expressão batia de frente com a realidade do que aquilo significava: o último trajeto de uma pessoa.
O desafio é justamente esse: encontrar humanidade em um processo que parece puramente logístico. A gente foca na eficiência, no tempo, nos documentos. O erro é não perguntar sobre o “como”. Eu quase caí nessa. Na minha cabeça de advogada, eu queria agilidade. Mas meu coração pedia dignidade. Lembro do corredor do hospital, do clique metálico da maca, dos murmúrios baixos da equipe. É um momento de uma sensibilidade extrema, que acontece longe dos olhos da maioria. E a forma como a remoção de corpo em BH é conduzida diz tudo sobre uma empresa.
A dica prática que hoje eu dou a todos: pergunte os detalhes. “Como a pessoa será coberta? O procedimento é discreto? Vocês passam pelo meio de todos os corredores?”. A empresa que escolhi me explicou que usavam uma cobertura específica, que não parecia um saco, e que tinham um protocolo para usar rotas de serviço, garantindo a privacidade da família e a honra de quem partiu. Minha preferência pessoal é por esse nível de detalhe, de cuidado. A reação dos meus primos, que estavam lá, foi de um silêncio respeitoso, de alívio. A remoção de corpo em BH deixou de ser um procedimento frio e se tornou um ato de respeito, a primeira etapa de uma despedida digna.