Fim de domingo: A busca por uma funerária aberta agora em BH

Como escolher um agente funerário
A exaustão e a necessidade de encontrar uma porta aberta, literal e metaforicamente
O erro de pensar que todas as funerárias 24h têm um atendimento físico imediato
Fim de domingo. O dia que normalmente tem cheiro de preguiça e som de música no rádio, para nós, tinha o gosto de café requentado de máquina e o barulho da exaustão. Estávamos há quase 48 horas num revezamento no hospital com meu sogro. E então, aconteceu. A notícia veio com a noite. E com ela, a necessidade de encontrar uma funerária aberta agora em BH. O cansaço era tanto que a ideia de resolver tudo por telefone parecia um pesadelo.
O desafio é que a sua energia mental está no fim. Você não quer ter que adivinhar se a pessoa do outro lado da linha é confiável. Você quer olhar no olho de alguém. O erro que cometemos inicialmente foi ligar para a primeira “funerária 24h” da lista, assumindo que poderíamos ir até lá. A resposta foi: “Não, senhora, o atendimento noturno é só por telefone. O escritório está fechado”. Foi um balde de água fria. Nós precisávamos de uma porta aberta, de um lugar físico para nos ancorarmos.
A dica que fica da minha experiência: se você precisa desse contato presencial, seja específico. “O escritório de vocês está aberto para eu ir aí conversar?”. Foi o que fiz na segunda ligação. A resposta positiva mudou tudo. Encontrar uma funerária aberta agora em BH, literalmente, foi o que precisávamos. Chegamos lá e o lugar era calmo, bem iluminado. A pessoa que nos atendeu nos ofereceu água, um sofá confortável, e falou conosco sem pressa. Minha preferência sempre será por essa possibilidade de um encontro físico. Sair daquele ambiente estéril do hospital e entrar num local que, apesar do motivo, era acolhedor, fez toda a diferença. Para minha sogra, exausta e de luto, poder sentar e ser ouvida face a face foi o primeiro passo para conseguir respirar de novo.